Pela primeira vez na história o Tribunal Penal Internacional de Haia emitiu uma ordem de prisão contra um chefe de Estado em pleno exercício de suas funções.
Trata-se do presidente do Sudão, Omar Bashir, acusado de crimes de guerra e também contra a humanidade, onde se estima em 300 mil o número de mortos e mais de 2 milhões de refugiados numa guerra sangrenta entre a milícia islâmica apoiada pelo governo e opositores deste.
Ansiando por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU, o presidente Lula sequer se dignou em emitir uma nota lamentando os trágicos acontecimentos naquele país. Ao contrário, Lula aproximou-se do Sudão buscando estreitar as relações comercias e apoio às suas pretensões políticas em relação a ONU e nada disse que manifestasse indignação contra a carnificina promovida por Bashir.
Durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos, o Brasil se absteve de votar uma resolução que previa punição para os sudaneses envolvidos no massacre da cidade de Darfur, o que demonstra total descaso do Brasil com os Direitos Humanos, afinal, quem se omite é cúmplice.
Outra trapalhada do nosso presidente foi o apoio a Manuel Zelaya, presidente deposto em Honduras. Num regime democrático, qualquer golpe de Estado ou cerceamento às liberdades individuais deve ser combatido, entretanto, Zelaya, assim como seu colega da Venezuela Hugo Cháves, pretendia se perpetuar no poder mudando a Constituição. Mas tanto Zelaya quanto os golpistas que o retiraram à força do poder estavam equivocados em suas estratégias em resolver o impasse, e isso, caberia a Organização dos Estados Americanos – OEA decidir, e não o Brasil assumir o papel de porta-voz de Honduras e abrigar Manuel Zelaya na embaixada brasileira, criando assim um grave mal estar na OEA e também na comunidade internacional.
Na seqüência de trapalhadas de Lula temos o Irã. O presidente Mahmoud Ahmadinejad, eleito ante várias denúncias de fraudes e escândalos em torno de si, foi recebido no Brasil como um grande estadista pelo presidente. E não foi só isso. Enquanto todo o mundo criticava as eleições no Irã, o Brasil, contrariando todas as posições mundiais em relação à matéria, foi o primeiro país a reconhecer as eleições presidenciais naquele país como legítimas e democráticas, o que certamente tornará ainda mais difícil para o País conseguir uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, sobretudo diante das denúncias de que o Irã estaria enriquecendo urânio – matéria-prima para criação de armas de destruição em massa, o que o Ahmadjnejad contesta ser essa a finalidade, o que ninguém acredita.
A última do nosso presidente se deu em relação a Cuba. Como se sabe, Cuba foi o primeiro país da América Latina a adotar o regime socialista. Na época, a Revolução Cubana (1959) representou o sonho de muita gente que estava decepcionada com os regimes em vigor e apoiaram o movimento.
Os irmãos Castro, junto com Che Guevara e outros barbudos com apoio da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, implantaram em 1962 o regime na ilha de Fidel até mesmo para fugir do bloqueio econômico que fora imposto pelos Estados Unidos em razão da revolução.
A princípio, o movimento se mostrou bastante eficaz, sobretudo com a universalização do acesso à saúde, educação e moradia, mas como todo regime totalitário, mostrou-se ineficiente em relação às outras questões, principalmente dos direitos humanos e das liberdades individuais, o que logo fez surgir opositores a ditadura de Fidel Castro.
Diariamente enormes filas de pessoas se formam em busca do básico: pão, batata, leite e empregos. Qualquer manifestação contrária ao regime é punida com prisão. Intelectuais, artistas, esportistas e gente comum também diariamente são presas e condenadas num regime de exceção onde a pena capital faz parte do cotidiano das pessoas. Só Cuba não percebeu que esse sistema faliu exatamente por ser contrário aos estudos de Marx e Engels.
Na verdade, há pouca diferença entre o stalinismo, o fascismo, o nazismo e o castrismo. O ponto comum entre eles é o unipartidarismo, graves violações aos direitos humanos, culto ao chefe de Estado e extermínio dos “inimigos” do regime.
Em visita a Cuba, o presidente brasileiro foi questionado pela Associated Press, uma das mais respeitáveis agências de notícias do mundo em relação à prisão de presos políticos em Cuba e a greve de fome de intelectuais na tentativa de forçar a ditadura de Castro a rever suas decisões. A declaração de Lula foi no mínimo absurda ou então ele está sofrendo de grave miopia intelectual. Nosso presidente comparou presos políticos com bandidos comuns. Declaração que denota no mínimo falta de educação e cultura letrada, o que, diga-se de passagem, não é o seu forte. O que Lula deixou bem claro foi seu enorme descaso com os direitos humanos e a grande amizade que mantém com Fidel, Chávez e outros ditadores. Comparar presos de consciência que lutam pela democracia ou discordam de um regime com marginais que assaltam bancos para financiar o tráfico de drogas é no mínimo estupidez, principalmente se a declaração é de um ex-preso político e presidente de um país que perdeu várias vidas em nome da democracia.
Pior que isso, foi a declaração da presidenciável Dilma Roussef que disse: - “Não critico Lula nem que a vaca tussa”.
Como podem ver, temos pouquíssimas opções de voto no próximo pleito. Mas o pior, o grande drama disso tudo, é que sabemos que após as eleições tudo vai continuar como antes, salvo se acontecesse um “milagre” que fizesse o brasileiro “sair da Caverna de Platão” em que se encontra e começasse a escrever a história de um país chamado Brasil por outras vias que não do assistencialismo barato, da corrupção que já faz parte da sua triste rotina e principalmente com o descaso com os Direitos Humanos.
A luta continua.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus.
Email: marceloadriano36@hotmail.com
domingo, 14 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
PELO MEU DIREITO DE FUMAR
Qual a verdade por detrás da proibição do fumo em locais públicos e da não criação dos chamados “fumódromos” nesses locais e da quase condição policialesca que os usuários de tabaco são submetidos? Será que na década de 1970/80 as agências de vigilância sanitárias mundiais ainda não sabiam dos males ocasionados pelo fumo? Pouco provável que não soubessem, mas talvez o interesse econômico da época falasse mais alto que suas éticas e por isso se calaram em relação a matéria.
Hoje, é quase constrangedor para quem fuma acender um cigarro na rua; é como se o sujeito estivesse acendendo um “baseado” em público, o que o coloca numa situação marginal e constrangedora em relação aos não-fumantes e em pé de igualdade com os usuários de drogas ilícitas. Qualquer dias desses para comprar cigarros teremos que agir como aqueles velhinhos que entram desconfiados nas farmácias olhando para um lado e para outro e sussurram ao balconista: “- o senhor tem Viagra -?”
Decerto que existem determinados locais que o bom senso impõe uma postura ética em relação ao ato de fumar. Acender um cigarro num hospital, numa escola, num transporte coletivo e outros similares é no mínimo falta de educação e respeito, mas num barzinho ao ar livre onde a bebida rola geral, aí não. Isso se chama cerceamento de liberdade.
O governo deveria é se preocupar com os locais onde crianças têm que caminhar durante horas para se chegar às escolas que funcionam embaixo de mangueiras e que os banheiros são os córregos que atravessam o local, como as milhares no Norte Nordeste do Brasil; com a falta de castigos para os crimes que diariamente são cometidos no Brasil e permanecem impunes, como aquele do Jornalista Pimenta da Veiga que executou a também jornalista Sandra Gomide e que foi condenado a 19 de prisão mas aguarda o recurso em liberdade, isso sim, é um desrespeito com as pessoas, principalmente com os familiares das vítimas.
Os senhores parlamentares deveriam é se preocupar com a reforma das nossas leis arcaicas e que só contribuem para a sensação de impunidade que impera nesse País, onde o bem material tem muito mais valor do que a vida humana. Basta dar uma olhada no valor do seguro obrigatório que é pago às vítimas de acidentes de veículos automotores e comparar com as indenizações que são pagas a um bem subtraído.
É preciso se criar a cultura da reflexão no brasileiro. Como diz o “imortal” da Academia Brasileira de Letras Lêdo Ivo, o que falta no Brasil, é vergonha na cara e coragem para “explodir” todas essas estruturas que só atendem interesses escusos. Mas não tem problema não, Lêdo, em outubro, vamos explodir todas essas estruturas que “já vem “malhadas” muito antes de eu nascer”. Viva Cazuza!
A luta continua.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus
Hoje, é quase constrangedor para quem fuma acender um cigarro na rua; é como se o sujeito estivesse acendendo um “baseado” em público, o que o coloca numa situação marginal e constrangedora em relação aos não-fumantes e em pé de igualdade com os usuários de drogas ilícitas. Qualquer dias desses para comprar cigarros teremos que agir como aqueles velhinhos que entram desconfiados nas farmácias olhando para um lado e para outro e sussurram ao balconista: “- o senhor tem Viagra -?”
Decerto que existem determinados locais que o bom senso impõe uma postura ética em relação ao ato de fumar. Acender um cigarro num hospital, numa escola, num transporte coletivo e outros similares é no mínimo falta de educação e respeito, mas num barzinho ao ar livre onde a bebida rola geral, aí não. Isso se chama cerceamento de liberdade.
O governo deveria é se preocupar com os locais onde crianças têm que caminhar durante horas para se chegar às escolas que funcionam embaixo de mangueiras e que os banheiros são os córregos que atravessam o local, como as milhares no Norte Nordeste do Brasil; com a falta de castigos para os crimes que diariamente são cometidos no Brasil e permanecem impunes, como aquele do Jornalista Pimenta da Veiga que executou a também jornalista Sandra Gomide e que foi condenado a 19 de prisão mas aguarda o recurso em liberdade, isso sim, é um desrespeito com as pessoas, principalmente com os familiares das vítimas.
Os senhores parlamentares deveriam é se preocupar com a reforma das nossas leis arcaicas e que só contribuem para a sensação de impunidade que impera nesse País, onde o bem material tem muito mais valor do que a vida humana. Basta dar uma olhada no valor do seguro obrigatório que é pago às vítimas de acidentes de veículos automotores e comparar com as indenizações que são pagas a um bem subtraído.
É preciso se criar a cultura da reflexão no brasileiro. Como diz o “imortal” da Academia Brasileira de Letras Lêdo Ivo, o que falta no Brasil, é vergonha na cara e coragem para “explodir” todas essas estruturas que só atendem interesses escusos. Mas não tem problema não, Lêdo, em outubro, vamos explodir todas essas estruturas que “já vem “malhadas” muito antes de eu nascer”. Viva Cazuza!
A luta continua.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus
segunda-feira, 8 de março de 2010
ALÉM DO BEM E DO MAL
Tenho dito que vivemos numa época de muitas incertezas, sensação muito comum entre os críticos no decorrer da história da humanidade. Guerras, fome, desemprego, desilusão. Políticos que deveriam representar o povo, lá estão apenas para atender interesses próprios e escusos. Decisões judiciais que são aplaudidas pelo povo quando tecnicamente atendem os procedimentos a serem adotados e que deveriam ser comuns em todas as decisões, certamente não deveria haver necessidade de aplausos, mas estamos acostumados ao contrário.
Apesar disso tudo, um detalhe em especial me tem chamado atenção nesses últimos dias: a falsidade, a maldade e o vazio, tão presentes nas pessoas. Talvez esse vazio seja decorrente da maneira como elas vivem e se comportam. Pessoas que vivem muito mais preocupadas com a vida alheia do que com as suas próprias. Algumas criam laços de “amizades” tão somente com o intuito de se aproximar e “descobrir” alguma “coisa” que julgam inapropriada para então torná-la pública e assim acreditam colocar o outro numa “saia justa”.
Acreditem, existem pessoas que vivem apenas para fazer isso. Coitados, mal sabem que isso só reforça a convicção na maneira como os enxergamos: ignorantes.
Normalmente quem tem segredos a esconder são exatamente pessoas que agem dessa forma, que não têm “coragem” de serem elas próprias e/ou vivem às expensas do outro ou ainda gostariam de ser como aquelas a quem eles difamam. Homens e mulheres de verdade não se preocupam com verdades ou mentiras ditas ou inventadas, eles simplesmente as ignoram, e como bem diz um amigo médico: “estou......solenemente para essas construções estereotipadas”.
Por analogia, cito a mim próprio. Hoje, prestes há completar 43 anos, seguramente afirmo que durante minha existência tenho no máximo amigos que não completam os cinco dedos da mão, o que considero satisfatório, se levado em conta o atual panorama, recheado de falsidades e mentiras. Tenho sim, vários conhecidos, mas amigos de verdade, três; dois ainda se encontram em análise, o que não inclui minha companheira e meus familiares, estes, verdadeiros amigos.
Falo isso, porque muitas coisas que digo e ideias que defendo ainda são consideradas tabus em nossa sociedade, talvez por conta da aculturação que recebemos de povos havidos por aqui e também devido à religião e claro, a ignorância.
Um exemplo disso vem da afirmação de que a possibilidade de Deus existir é a mesma no sentido inverso. Certamente um tabu ainda hoje, afinal, quem ousa questionar a existência de Deus? Mas será que de fato Ele existe, ou seria uma mera invenção humana? Guerras são iniciadas em seu nome, e segundo Marx “em última instância tudo é econômico”, o que é verdade. O que motivou a Guerra do Iraque que não o fator econômico? E no Paquistão? E na Argentina?
Há 50 anos atrás falar na possibilidade da mulher trabalhar fora também era um tabu, o que não significa que hoje em dia após suas grandes conquistas e mesmo desempenhando as mesmas funções que os homens, acabam recebendo cerca de 30% a menos nos seus salários. É o que aponta o DIEESE em seu último relatório, assim como outros institutos sérios de pesquisas.
Um outro exemplo vem dos homossexuais que resolveram dar um basta à exclusão a que haviam sido colocados. No momento que decidiram fazer uma caminhada em São Franciso (EUA) para “gritar” ao mundo que eles eram iguais aos demais seres humanos, várias pessoas nas mesmas condições resolveram sair dos “armários” e assumir sua opção sexual, diga-se de passagem, opção considerada “doença” pela Organização Mundial de Saúde e ainda hoje mal vista pela maioria dos que se consideram “normais”.
O mais incrível, é que os “machões” que criticam o fato de uma pessoa ser homossexual, no carnaval são os primeiros a se vestirem de mulher e colocar pra fora todas as suas frustrações. Que constatação!
Quando um dado assunto é levantado onde a maioria dos interlocutores são pessoas que não têm a prática da reflexão, a via mais fácil para se defender, é ridicularizar um comportamento ou mesmo uma opinião contrária às suas; elas não conseguem dialogar, comportamento, a meu ver, bem coerente com suas formações intelectuais, afinal, a coragem não é um atributo de qualquer um, mas sim de uma minoria que vai à luta diariamente e não tem medo de ser feliz, mesmo que suas convicções sejam contrárias às da maioria, entretanto, elas lêem.
O grande problema do Brasil se chama cultura. Cultura letrada. Urge as pessoas lerem mais para que criem em si valores muito acima do bem e do mal; do certo e do errado; do normal e do anormal e, sobretudo desenvolvam a prática da reflexão. Quando isso acontecer, talvez sejamos uma nação livre. Acho engraçado quando juristas vão à mídia e declaram que a democracia está consolidada no Brasil. Sequer podemos dizer que vivemos numa democracia. Ditadura não se dá apenas quando os militares tomam o poder ou algum tresloucado o assalta. A ausência da democracia se dá também quando o acesso à informação e a cultura não é disponibilizada para todos, ou quando o é, só permitem acesso àquilo que a oligarquia não considera uma ameaça ao status quo. Vide os preços dos livros. Seu alto preço não seria um empecilho ao acesso da cultura?. O governo do PT manteve inalterado o IPI para o setor, mas baixou a alíquota para carros e bens de consumo – a chamada linha branca -. E o que dizer do Programa Nacional de Direitos Humanos, recheado de equívocos e assinado pelo presidente Lula que após tantas polêmicas, declarou à época ter assinado sem ler? Esse é o nosso presidente!
Deu para notar que temos assuntos muito mais importantes e relevantes para discutir do que ficar falando que “A” saiu com “B” mas é casada com “C”, que fulano foi visto num bairro considerado “inadequado” , que sicrano comprou um carro novo, que “X” não gosta de “Y”, ou seja, são tantas imbecilidades que daria para escrever um outro texto, mas isso, eu deixo para aqueles que desses assuntos se ocupam.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus
A luta continua.
Apesar disso tudo, um detalhe em especial me tem chamado atenção nesses últimos dias: a falsidade, a maldade e o vazio, tão presentes nas pessoas. Talvez esse vazio seja decorrente da maneira como elas vivem e se comportam. Pessoas que vivem muito mais preocupadas com a vida alheia do que com as suas próprias. Algumas criam laços de “amizades” tão somente com o intuito de se aproximar e “descobrir” alguma “coisa” que julgam inapropriada para então torná-la pública e assim acreditam colocar o outro numa “saia justa”.
Acreditem, existem pessoas que vivem apenas para fazer isso. Coitados, mal sabem que isso só reforça a convicção na maneira como os enxergamos: ignorantes.
Normalmente quem tem segredos a esconder são exatamente pessoas que agem dessa forma, que não têm “coragem” de serem elas próprias e/ou vivem às expensas do outro ou ainda gostariam de ser como aquelas a quem eles difamam. Homens e mulheres de verdade não se preocupam com verdades ou mentiras ditas ou inventadas, eles simplesmente as ignoram, e como bem diz um amigo médico: “estou......solenemente para essas construções estereotipadas”.
Por analogia, cito a mim próprio. Hoje, prestes há completar 43 anos, seguramente afirmo que durante minha existência tenho no máximo amigos que não completam os cinco dedos da mão, o que considero satisfatório, se levado em conta o atual panorama, recheado de falsidades e mentiras. Tenho sim, vários conhecidos, mas amigos de verdade, três; dois ainda se encontram em análise, o que não inclui minha companheira e meus familiares, estes, verdadeiros amigos.
Falo isso, porque muitas coisas que digo e ideias que defendo ainda são consideradas tabus em nossa sociedade, talvez por conta da aculturação que recebemos de povos havidos por aqui e também devido à religião e claro, a ignorância.
Um exemplo disso vem da afirmação de que a possibilidade de Deus existir é a mesma no sentido inverso. Certamente um tabu ainda hoje, afinal, quem ousa questionar a existência de Deus? Mas será que de fato Ele existe, ou seria uma mera invenção humana? Guerras são iniciadas em seu nome, e segundo Marx “em última instância tudo é econômico”, o que é verdade. O que motivou a Guerra do Iraque que não o fator econômico? E no Paquistão? E na Argentina?
Há 50 anos atrás falar na possibilidade da mulher trabalhar fora também era um tabu, o que não significa que hoje em dia após suas grandes conquistas e mesmo desempenhando as mesmas funções que os homens, acabam recebendo cerca de 30% a menos nos seus salários. É o que aponta o DIEESE em seu último relatório, assim como outros institutos sérios de pesquisas.
Um outro exemplo vem dos homossexuais que resolveram dar um basta à exclusão a que haviam sido colocados. No momento que decidiram fazer uma caminhada em São Franciso (EUA) para “gritar” ao mundo que eles eram iguais aos demais seres humanos, várias pessoas nas mesmas condições resolveram sair dos “armários” e assumir sua opção sexual, diga-se de passagem, opção considerada “doença” pela Organização Mundial de Saúde e ainda hoje mal vista pela maioria dos que se consideram “normais”.
O mais incrível, é que os “machões” que criticam o fato de uma pessoa ser homossexual, no carnaval são os primeiros a se vestirem de mulher e colocar pra fora todas as suas frustrações. Que constatação!
Quando um dado assunto é levantado onde a maioria dos interlocutores são pessoas que não têm a prática da reflexão, a via mais fácil para se defender, é ridicularizar um comportamento ou mesmo uma opinião contrária às suas; elas não conseguem dialogar, comportamento, a meu ver, bem coerente com suas formações intelectuais, afinal, a coragem não é um atributo de qualquer um, mas sim de uma minoria que vai à luta diariamente e não tem medo de ser feliz, mesmo que suas convicções sejam contrárias às da maioria, entretanto, elas lêem.
O grande problema do Brasil se chama cultura. Cultura letrada. Urge as pessoas lerem mais para que criem em si valores muito acima do bem e do mal; do certo e do errado; do normal e do anormal e, sobretudo desenvolvam a prática da reflexão. Quando isso acontecer, talvez sejamos uma nação livre. Acho engraçado quando juristas vão à mídia e declaram que a democracia está consolidada no Brasil. Sequer podemos dizer que vivemos numa democracia. Ditadura não se dá apenas quando os militares tomam o poder ou algum tresloucado o assalta. A ausência da democracia se dá também quando o acesso à informação e a cultura não é disponibilizada para todos, ou quando o é, só permitem acesso àquilo que a oligarquia não considera uma ameaça ao status quo. Vide os preços dos livros. Seu alto preço não seria um empecilho ao acesso da cultura?. O governo do PT manteve inalterado o IPI para o setor, mas baixou a alíquota para carros e bens de consumo – a chamada linha branca -. E o que dizer do Programa Nacional de Direitos Humanos, recheado de equívocos e assinado pelo presidente Lula que após tantas polêmicas, declarou à época ter assinado sem ler? Esse é o nosso presidente!
Deu para notar que temos assuntos muito mais importantes e relevantes para discutir do que ficar falando que “A” saiu com “B” mas é casada com “C”, que fulano foi visto num bairro considerado “inadequado” , que sicrano comprou um carro novo, que “X” não gosta de “Y”, ou seja, são tantas imbecilidades que daria para escrever um outro texto, mas isso, eu deixo para aqueles que desses assuntos se ocupam.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus
A luta continua.
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