terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O ARCAÍSMO COMO PROJETO

Às vezes me pergunto se existe um modelo de “bom governar” no sentido de se corresponder a todos os anseios de uma população dada. Seguramente posso afirmar que “procurando” na História não encontrei nenhum par que pudesse ilustrar esse paradigma.
Observador e crítico, talvez por isso não emita opiniões tresloucadas nem tampouco me aventure em discussões estéreis. Só discuto casos concretos e com pessoas que possuem condições mínimas de manter a dialética em alto e bom nível, fora disso, o diálogo torna-se impossível, e quando isso ocorre, opto pelo silêncio, que também pode ser interpretado, mas sem o devido feedback.
Nessa linha, tenho observado nas redes sociais especificamente na região em que resido, ataques gratuitos e muitas das vezes opiniões emitidas a partir de “achismos” na seara política, mas que infelizmente avançam para o campo da vida pessoal do prefeito e seu vice, o que é uma lástima, pois demonstra imaturidade e desconhecimento das pessoas em discutir matéria tão importante.
Num país democrático de direito como o nosso, TODOS têm o direito - que em tese deveria ser inalienável -, de discordar da forma de governar de a, b ou c ou o seu oposto, afinal, queremos sempre o melhor para nossa cidade, nosso estado e nosso país, mas tenho notado que em Bom Jesus do Norte muitas dessas críticas não têm o menor fundamento, basta um olhar mais atento e isento para ver que algumas coisas mudaram para melhor, outras, estão caminhando nesse sentido, porém, muito ainda há o que fazer, afinal, o próprio Deus levou sete dias para criar o mundo.
Se levarmos em consideração a condição de Deus, não seria muito tempo para um Ser de tal natureza levar “tanto tempo” na Sua obra e tendo como resultado dentre outras coisas seres humanos tão imperfeitos e em construção? O que dizer então das pessoas em seus cotidianos e ofícios? Nada é perfeito.
Pelo que tenho assistido, penso que os “críticos” de plantão se agarram ao “muito ainda o que fazer” para elaborarem suas opiniões e desprezam as ações válidas levadas a cabo por todo um “staff” que forma uma prefeitura.
Seguramente também afirmo que TODOS os prefeitos e seus respectivos vices que passaram por Bom Jesus do Norte implementaram ações válidas; alguns mais e outros menos, mas todos com o ideal de se construir uma cidade melhor para todos, entretanto, não há mais espaço para aquela arcaica concepção romântica de que um prefeito, governador ou presidente governa sozinho. Não é assim. O mundo político é um mundo obscuro e fétido.
Mas o que também não dá para digerir é todo domingo ou dia dito “santo” pessoas lotarem as naves das Igrejas e nos dias seguintes se dedicarem a atacar e a ofender as pessoas que não correspondem aos seus interesses diretos e particulares, ou ainda, que contrariam suas convicções. Se isso é ser cristão, no momento opto pelo ateísmo.

A luta continua

Bom Jesus do Norte, 7 de fevereiro de 2012

Marcelo Adriano Nunes de Jesus