quarta-feira, 11 de março de 2009

                            ACERCA DO AMOR E SUAS IMPLICAÇÕES.

 

 

            Aventurar-se a dissertar sobre o tema “amor”, não é uma tarefa das mais fáceis, ainda que o desenvolvimento da matéria seja feito a duas mãos, - conforme o caso em tela -, isso porque, é um sentimento que reúne várias nuances e também várias leituras.

            Mesmo assim, após uma detida reflexão na direção desse intento bem como uma conversa preliminar com o meu parceiro de escritas que em muito auxiliou-me na elaboração do presente, resolvemos aceitar o desafio de escrever sobre esse sentimento que desestabiliza qualquer mortal; que faz com que desde o mais humilde do ser ao maior dos intelectuais, sinta-se “perdido”, sem saber ao certo o que fazer e como agir ante uma situação inesperada e que coloque em “xeque” toda sua vã “segurança” acerca do tema.

            Mas a vantagem, a grande vantagem, é que não existe nenhuma banca examinadora composta por doutores no assunto que irá avaliar se fizemos ou não a escolha certa, mesmo que o resultado dessa escolha tenha sido a renúncia a um amor que poderia ter dado certo. Será uma avaliação pessoal e solitária. É sobre esse amor que iremos abordar. O amor entre as pessoas.

            Aquém das recentes descobertas científicas que envolvem o tema conforme reportagem no Fantástico de 22 de fevereiro de 2009, é interessante observar o desenvolvimento do “approach” entre as pessoas envolvidas nessa situação. O que se observa, é um verdadeiro jogo de sedução e ao mesmo tempo de defesas de ambas as partes. É como se as pessoas quisessem e ao mesmo tempo negassem o desejo de vivenciar pela primeira vez ou novamente, aquela experiência maravilhosa que é amar e ser amado. Olhares perdidos, calafrios, suores, enrubescimentos, gagueiras, são tantas as sensações que talvez devêssemos dedicar um texto apenas voltado para essa questão.

            Passada essa primeira “barreira”, as coisas vão caminhando para um lugar ainda incerto. Os suores, enrubescimentos, etc. já não são tão frequentes, ainda que esse estado varie de pessoa para pessoa, mas a regra geral é essa, cessam-se algumas sensações e iniciam-se outras não menos incômodas.

            No decorrer desse estado outros “fantasmas” vão surgindo e compondo esse cenário, como por exemplo, o medo, que ao lado dos ciúmes, tornam-se ingredientes fatais em qualquer relação, por mais atraente e sedutora que ela seja.

            Teme-se de tudo: desde conquistar a pessoa amada à possibilidade de perdê-la; a criação de movimentos os mais simples que traduzam, sem a necessidade de palavras, o famoso “eu te amo”, a conjugar o próprio verbo e que devido a sua omissão, tornam-se verdadeiros impedimentos à plenitude do amor. Nesse contexto, nenhuma relação será duradoura. É preciso ousar mais, arriscar-se mesmo!

            Temos tempo suficiente para viver uma eternidade ou uma brevidade, e isso, vai depender e muito dos movimentos por nós produzidos. Pode ser que levemos uma eternidade para dizer àquela pessoa o quanto a amamos e o quanto prezamos a sua companhia, ou talvez nem cheguemos a dizê-la, seja por opção oriunda do medo ou por circunstâncias alheias a nossa vontade, nesse caso, a morte.

            Por outro lado, podemos em breves minutos ser felizes ad infinitum, onde o tempo cronológico ao lado da pessoa amada seja um mero detalhe e as horas passem como milésimos de segundos. É a realidade da física quântica presente no amor.

            É importante que tenhamos a consciência de que não existem culpados ou inocentes em se tratando de amor, e isso é ótimo, pois, assim como a morte, nos coloca em pé de igualdade com todos os mortais. Que maravilha é ter essa consciência!  

            Não precisamos arcar com o ônus da culpa de um “não”, simplesmente porque esse ônus não existe. Não precisamos tencionar controlar o que o outro pensa ou supostamente diz a nosso respeito se nem sobre nós mesmos temos esse controle.

            Que se viva plenamente a vida, aprendendo, errando, tentando, mas, sobretudo fazendo a parte que nos cabe, não perdendo o privilégio de amar e se permitir amar, mesmo que esse amor seja apenas a oportunidade de usufruir por breves momentos mas que se tornam infindáveis na companhia de alguém que se quer bem.

            Não precisamos ser egoístas ao ponto de querer aquela pessoa só para a gente acompanhada de uma dedicação exclusiva, e que em muitos casos, exige a renúncia da própria identidade da pessoa. Isso é um absurdo, e com certeza não é amor, afinal, as pessoas são do mundo, não nos pertencem. É preciso dar-lhes a liberdade necessária para avaliarem a permanência ou não em nossas vidas, mas que essa permanência seja pautada na lógica da felicidade e da leveza, não do peso nem da dor.

 

 

                                   Bom Jesus do Itabapoana, 11 de março de 2009.

 

                                  

                                  

                                               Leila Freitas Nascimento

                                               Escritora e Poetisa.

                                               Livre pensadora.

                                               

 

                                               Marcelo Adriano Nunes de Jesus.

                                               Professor.

                                               Livre pensador.

                                               

           

            

5 comentários:

  1. Inspiração de alguém que parece estar vivendo uma intensa paixão, dessas avassaladoras, mas também pode ser a inspiração que é privilégio dos poétas, de pessoas que sabem transpor para o papel uma sensação que não precisa deveras sentí-la.
    Parabéns, vocês foram brilhantes de uma forma que poucas pessoas conseguem sê-lo.

    Francisco.

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  2. Rs rs rs..Caro Chico. Como bem sabes, para qualquer coisa que se pretenda fazer bem feito, tem-se que "viver" o personagem, e foi isso que cada qual fez, tanto eu quanto a srta. Leila com as suas respectivas realidades. Um forte abraço e até breve!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Papai, desse assunto não sei dissertar. Mas o único amor que sinto é por você, minha irmã e minha mãe. Agradeço à Deus por ter me presenteado com a minha família maravilhosa. Mesmo longe fisicamente, o senhor sempre está presente espiritualmente.
    Quando pequena , me disse: Quando sentir saudade do papai, proucure no céu a estrela que mais se destaca, que estarei olhando-a também.
    Tenho certeza que olhamos pro mesmo lugar, papai! Te amo muito ♥

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  5. no dia 29 de março visitamos a moradia dos ciganos foi eu achei ótimo por que pude conhecer eles melhor e ver que eles são pessoas como as outras pude saber coisas novas que eu não sabia que as mulheres se casam com 12 a 14 anos e os homens com 18 a 25.
    E la eu pude ver o capricho que as mulheres tem com seus utensílhos de cozinha as suas panelas brilhavam de tão bem ariadas que elas eram. eu fiquei orgulhosa de poder conhecer os ciganos eu espero ter uma nova oportunidade de poder visita_los novamente.
    ass:amandinha

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