Ultimamente tenho refletido mais intensamente acerca da existência humana. Para ser sincero, essa tem sido uma prática comum e contínua. Diante de tantas mazelas sociais, me pergunto: qual o sentido da vida para o homem?
Tenho percebido em meus olhares que esse sentido adquire formas e significações diversas e que varia no tempo e no espaço e de ser humano para ser humano.
Para uns, ter status é o verdadeiro sentido da vida, não se importando que tipo de status ele seja, podendo ser desde de um chefe de uma organização criminosa a uma pessoa que está em todas as colunas sociais. Para outros, o poder é o que justifica esse sentido. Para um terceiro grupo, o reconhecimento público por seu trabalho é o que valida essa existência. E finalmente, existem aqueles que entendem que o verdadeiro sentido de sua existência repousa naquilo que ele faz em prol da humanidade, não se preocupando com o resultado que suas práticas em sociedade terão a níveis de status, poder ou reconhecimento público. Satisfazem-se pelo simples prazer em ajudar.
Também tenho observado que quando se fala em “contribuir de alguma forma com a humanidade”, as pessoas imaginam coisas grandes, vultosas, descobertas mirabolantes. Mas não é isso. Comecemos pelas pequenas coisas. “Amai-vos uns aos outros assim com Eu vos amei”. A chave para o entendimento do sentido da vida repousa exatamente nesta frase cunhada a mais de 2000 anos e Quem a professou sabia perfeitamente da triste condição humana, por isso, talvez a tenha criado.
Há pessoas que vivem hoje exatamente como viviam os operários da Inglaterra no início da Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, ou seja, em péssimas condições sanitárias, de saúde, de moradia, de alimentação e etc. Pode parecer surreal, mas basta dar uma olhada nas milhares de favelas brasileiras e também africanas e constatar que o cenário é exatamente o mesmo, com algumas poucas diferenças. Mas sobram descasos e indiferenças aos sofrimentos alheios, assim como no passado.
É preciso amar mais e intensamente. O vazio que muitos sentem e a ausência de práticas simples, porém, eficientes voltadas para o “outro”, é o que justifica o drama de milhões de seres humanos que se encontram nessa condição e também nessa incessante busca do “eterno retorno”.
Nada muda se a mudança não ocorrer primeiro em nossa maneira em fazer a leitura do mundo. Comecemos amando a nós mesmos em primeiro lugar, pois só por esse caminho teremos condições de amar o próximo. Falo mais uma vez de amor verdadeiro e profundo. Amemo-nos com todos os nossos erros e imperfeições, mas também façamos bem o nosso “dever de casa” legado pelo Pai. Pare e perceba que pelo simples fato de estar neste plano você já é um vencedor. Sua história de vida se iniciou a partir do momento em que você travou a maior batalha de sua vida que foi vencer os outros milhões de espermatozóides que disputaram com você o privilégio de entrar no útero materno. E lembre-se, salvo raras exceções, apenas um consegue vencer essa enorme “batalha”, e você conseguiu. Você é um verdadeiro milagre da existência humana!
Nossa existência aqui não pode se basear no vazio. Temos que fazer alguma coisa urgente e relevante para o nosso semelhante, por menor que possa parecer nossa ação, pois um dia haveremos de prestar contas Aquele que nos permitiu o privilégio de estar aqui. E qual será a nossa resposta quando Ele nos perguntar: “O que você fez da sua vida em favor do seu semelhante e que Eu chamei de irmão?
“Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a viver como irmãos...”
Martin Luther King
A luta continua.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus
19 de junho de 2009 - Outono.
Cara vc tá cada vez mais transcendental!! Que nada, não existe nada mais palpável que isso: Somos realmente egoístas e, se não mudarmos nossa postura, se não esquercermos um pouco do nosso umbigo e olharmos mais as pessoas a nosso redor, o que já está um caos por nossa culpa pode piorar ainda mais.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Francisco.