Longe do modelo ideal de sociedade, mesmo assim podemos nos considerar privilegiados por morar num lugar tão aprazível e tranquilo, como o que vivemos, ainda que com alguns problemas estruturais que não poderiam deixar de ser nesse modelo característico de sociedade.
Longe daquilo que preconiza a cartilha do SUS, - diga-se de passagem, um dos melhores sistemas de saúde do mundo - aqui ainda é possível viver sem um plano de saúde e com atendimento público minimamente garantidor, apesar de sérios problemas, como hospitais fechados e outros que se arrastam com graves crises financeiras. Mas no Brasil de um modo geral, infelizmente isso é mais comum do que se imagina, o que não significa que devamos encarar a situação como natural. Não é. Pelo menos aqui ninguém morre por falta de atendimento médico, como acontece frequentemente nas grandes cidades.
Longe dos padrões primeiromundistas, a política de segurança pública da região consegue propiciar aos moradores e visitantes a sensação de segurança – algo tão raro de acontecer nos grandes centros – além das polícias cumprirem fielmente suas funções constitucionais. Raramente por aqui se têm notícias de crimes de repercussão. “Bala perdida”?! Não sabemos o que é isso. Onde vivemos, é possível esquecer a chave na porta de casa e encontra - lá no mesmo lugar. É possível deixar nossos filhos brincando nas praças e ruas sem o perigo iminente de um tiroteio, como o que vitimou a pequena Priscila, jovem de 13 anos baleada no dia 8 de julho, dia seu aniversário, quando fazia compras com sua mãe no bairro da Vila da Penha, no Rio de Janeiro.
Longe dos maus exemplos que vêem de cima, é possível acreditar na Justiça, onde, independente do poder econômico das partes, nosso Judiciário - sempre atuante -, passa-nos a impressão de que a Justiça foi feita para quem dela precisou.
Longe dos escândalos que envolvem diariamente os políticos desse Brasil afora, é possível acreditar em dias melhores e ver resultados, afinal, não é em qualquer lugar que você toma café da manhã com o prefeito ou o vereador de sua cidade na padaria da esquina e tem a oportunidade de fazer suas queixas, cobrar providências ou mesmo agradecer por uma melhoria que beneficie a todos, sem favoritismos pessoais.
Separadas apenas por uma pequena ponte, Bom Jesus do Norte e Bom Jesus do Itabapoana guardam segredos que só quem vive aqui os conhecem, mas uma coisa é certa, apesar das muitas reformas necessárias, estejam certos, o paraíso para se viver é aqui, e você ainda pode escolher, morar no Espírito Santo ou Rio de Janeiro. Aqui, a expectativa de vida se dá com qualidade.
A luta continua.
Marcelo Adriano Nunes de Jesus.
Fiz um comentário enorme e não copiei, como de costume, peredendo todo o texto, mas vamos escrever de novo.
ResponderExcluirSinto "inveja de você, mas ainda não posso migrar para um lugar tão aprazível e idílico como esse descrito por em seu texto. Quando eu me aposentar, eu cetamente farei essa mudança para ter essa tranqüilidade tão decantada pelos poetas.
Um grande abraço.