sábado, 18 de dezembro de 2010

TIC-TAC

O que você enxerga quando se vê no espelho? Será que percebeu que já não é tão jovem e que o tempo também passou para você? Será que você ainda não aprendeu que a felicidade repousa na busca? Você se tornou aquilo que um dia disse que queria ser quando criança? Você ama alguém de verdade, ou vive num eterno teatro de conveniências? E se o mundo acabasse quando você terminasse de ler esse texto, o que você faria? Terminaria de ler o texto até o fim e deixaria que as coisas terminassem como estão, ou interromperia a leitura e reescreveria a sua história antes do mundo acabar? Aonde foram parar os seus sonhos? Terminaram a partir do momento em que você os conquistou, ou se renovam a cada dia? Hoje você já disse “eu te amo” a alguém que considera importante em sua vida, ou mais uma vez deixou escapar a oportunidade de tornar o dia do outro mais feliz? Cumprimentou aquela pessoa simples que você quase não nota em seu tão corrido cotidiano, ou só se dirigiu àquelas que porventura têm algum interesse para você? Por que sua vida é tão corrida a ponto de não ter tempo de notar o sorriso de uma bela criança que passou bem ao seu lado e você nem percebeu a sua linda existência? E o que dizer dos outros detalhes, como aquela árvore que apareceu na sua rua e você nem notou?
É, fala-se tanto em Deus de uma maneira tão sem sentido, que penso que Deus deveria ser reinventado, recriado. Esse modelo de ensinamento judaico, cristão e muçulmano – isso para citar apenas as religiões monoteístas -, definitivamente não condizem com as práticas de seus seguidores. Basta olhar a situação do Oriente Médio e de outras partes do mundo. Em nome de Deus, se matou e ainda se continua matando, isso tudo para esconder pretensões em geral ligadas às questões econômicas. A história está cheia desses exemplos.
A maior preocupação das pessoas é em acumular, seja dinheiro, bens materiais e amigos importantes, e o mais interessante, é que pedem isso a Deus, como se Deus não tivesse coisas mais importantes para resolver, como por exemplo, nos tornar pessoas melhores. Quando foi a última vez em suas orações que você pediu paz para o mundo? Menos fome, menos mortes, menos indiferença?
É, temos muito que melhorar, mas a questão, a grande questão, é se teremos tempo de criar uma outra imagem refletida no espelho. Deu para notar que mundo não acabou e que o tempo não parou; o relógio da vida continua seguindo seu ritmo e junto com ele nossas oportunidades de dotar o mundo à nossa volta de leveza e sentido, ou não, a escolha é nossa.

A luta continua.

Marcelo Adriano Nunes de Jesus

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