quinta-feira, 18 de novembro de 2010

É TUDO VELHO DE NOVO

Anos após anos muitos ficam à espera de um “milagre” para que todos os problemas da sociedade – como se por mágica -, pudessem ser solucionados imediatamente. Entretanto, se esquecem que quando tiveram a oportunidade de mudar, muito pouco fizeram nesse sentido. Quando constatam o erro decorrente de sua omissão, optam, não raro, pela fuga. Seja através daquele “simples” comprimidinho tomado à noite para “relaxar”, seja nos bares da vida em busca da utopia que nesse caso, só é real em certos corações e mentes.
Crêem que ali, naquela fria mesa de bar, encontrarão o tão esperado “milagre” acontecer e assim renovar todos os sonhos de uma vida tão inerte e alienada. Somos por natureza cultivadores de sonhos, chegamos um dia a imaginar que conseguiríamos fazer explodir o sistema capitalista e em seu lugar o alvorecer de um sistema menos desigual e, por conseguinte, mais justo. Estávamos enganados, afinal, a corrupção em certa medida também faz parte da natureza humana, salvo raríssimas exceções. A história está cheia de exemplos assim. Seja por conveniência, omissão, covardia, medo ou vaidade, o homem acaba se corrompendo e contribuindo com um ato, aparentemente inofensivo, prejudicando toda uma nação. Foi assim com Stálin na ex-União Soviética, foi assim em Cuba com os irmãos Castro, é assim no Brasil com a composição do Congresso Nacional. Mas fazer o quê? Possuímos um dos melhores e mais seguros sistemas eleitorais do mundo, não obstante, parece que as pessoas votam pelas razões elencadas acima, e desta maneira, invariavelmente acabam contribuindo para o caos revestido de normalidade que aí se encontra instalado. É a mais fiel expressão da velha “Lei de Gérson”.
Por outro lado, votar numa pessoa sem a menor condição intelectual de representar os anseios de um país simplesmente como ato de protesto, é a mais declarada forma de estupidez humana, não existe outro termo para qualificar. E esta, é uma prática cada vez mais recorrente no cenário político nacional. Quando não é isso, vota-se em mentecaptos apenas pelo interesse pessoal em detrimento ao interesse coletivo. Para quem ainda tem dúvidas disso, basta olhar o resultado do último pleito, principalmente nos currais eleitorais controlados por verdadeiros “coronéis” instalados nos municípios do Brasil. Resultado: as “velhas” “novas” caras de novo. O que falta na maioria das pessoas é uma coisa chamada DIGNIDADE, termo que ao que parece, há muito esquecido e por muitos desconhecido.
Com esse quadro, não resta alternativa a não ser realmente esperar por um “milagre”, porque somente nas cabeças das pessoas que fomentam esse sistema, uma mudança milagrosa seria possível para se reverter tal situação, mas se um dia elas saírem da Caverna de Platão, tristemente constatarão que a oportunidade de mudar estivera o tempo todo em suas mãos. Talvez o mundo esteja precisando de um novo movimento como o Iluminismo do século XVII, para que dessa forma, quem sabe, as ações humanas sejam pautadas na coerência, e não no medo e na ignorância.

A luta continua.

Marcelo Adriano Nunes de Jesus
17 de novembro de 2010

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