terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SOLIDARIEDADE ANÔNIMA

Um cenário de guerra, um país destruído, famílias aniquiladas e o fim de sonhos de muita gente. Essa é a situação do segundo país a torna-se uma república nas Américas em pleno início de 2010.

O Haiti, antiga colônia francesa, tem muitos traumas registrados em sua historiografia. Uma nação que se tornou independente em 1804 e que até hoje teve apenas 20 presidentes, todos com características antidemocráticas e plutocráticas.

Destes, Papa Doc implantou um regime de terror no país exterminando seus desafetos e perseguindo tenazmente a Igreja Católica. Foi sucedido pelo seu filho, Jean-Claude Duvalier, - o Baby Doc -, que deu continuidade ao totalitarismo implantado por seu pai e governou o país até 1985 exaurindo todas as riquezas possíveis de uma nação.

De lá pra cá, uma série de golpes militares tornaram a implantação da democracia naquele país algo muito difícil de atingir, nem mesmo condições mínimas de sobrevivência foram dadas às pessoas. Ali, de fato, falta de tudo.

Pobreza, analfabetismo, violência e ausência de políticas públicas. Esses são os ingredientes que fazem daquele lugar uma “bomba-relógio” prestes a explodir a qualquer momento, e que fez com que a Organização das Nações Unidas – ONU se manifestasse e enviasse tropas de paz para tentar mudar a situação de milhares de pessoas que vivem em condições subhumanas. Mas apesar de todos os esforços nesse sentido, a bomba explodiu, e de uma forma que ninguém esperava.

No dia 12 de janeiro um tremor de terra de 7 graus na escala Richter devastou o país. Milhares de mortos, feridos e desabrigados mostraram ao mundo a impotência do homem diante dos desígnios de Deus e de toda sua fragilidade em relação ao mundo que não é dele.

Apesar disso, existem pessoas que mais se assemelham aos animais no sentido da irracionalidade, e por mais absurdo que possa parecer, estão lucrando com essa e tantas outras tragédias.

Por outro lado, homens e mulheres de várias nações deixaram o conforto e a segurança de seus lares e estão se doando, levando solidariedade e esperança aquela nação tão marcada pelo ódio, pela indiferença do mundo e agora por uma tragédia “natural” nunca antes experimentada no extenso rol de suas mazelas.

A luta continua.

Marcelo Adriano Nunes de Jesus

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