segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

UM OBSCURO ADVÉRBIO DE TEMPO

Uma serra ao longo do mar, um paraíso verde que se transformou num inferno. Angra dos Reis (RJ), foi palco de uma tragédia em plena virada do ano. Homens, mulheres e crianças foram soterrados por toneladas de lama e pedras. Só naquela região, o número de mortos passa dos 47 e as buscas por sobreviventes e corpos continua, um trauma para a cidade encravada na Serra do Mar.

Ás vezes a vida se assemelha a uma taça de cristal, de tão frágil. Mas apesar disso, só nos damos conta de sua transitoriedade quando eventos trágicos próximos ou não a nós acontecem.

Somos tão “racionais” que buscamos explicações para tudo, até mesmo para os desígnios de Deus.

Quando vamos dar conta que existem mais coisas sem explicação do que coisas explicáveis?

Quando vamos dar conta que a vida fora da caridade é impossível?

Quando vamos dar conta que podemos fazer muito mais pelo próximo do que fazemos ou deixamos de fazer?

Quando vamos dar conta que não controlamos absolutamente nada?

Quando vamos dar conta que o mais importante é o amor?

Quando vamos dar conta que têm pessoas nesse exato momento que estão aguardando apenas uma palavra de conforto?

Quando vamos dar conta que somos filhos de Deus e como irmãos devemos viver?

Quando vamos dar conta do poder da oração, independente de religião?

Quando vamos dar conta que temos pouco tempo para resgatar tudo àquilo que deixamos de fazer pelo nosso semelhante?

Acredito que a vida seja um obscuro advérbio de tempo, onde cada dia é o mais importante do que todos os anteriores. Cada novo dia é como se Deus nos desse uma nova oportunidade para recomeçar; é como se Ele nos chamasse à vida.

Somos tão “ocupados” que não percebemos Sua presença em nossa vida. Só damos conta de Sua existência quando em estado de desespero ou para pedir-Lhe algo, normalmente pedidos egoístas.

Que o homem, Senhor, possa perceber a grandiosidade de Seu amor. Que ele entenda Vossa linguagem e siga na construção de um mundo melhor e mais justo.

Conforte Senhor, todos os familiares vitimados pela tragédia de Angra, São Luis de Paraitinga e tantas outras, e receba, Senhor, as pessoas que perderam suas vidas e perdoe seus pecados.

A luta continua

Marcelo Adriano Nunes de Jesus

04/01/10

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